A idade do voto
12/05/14

O sufrágio universal, mais conhecido como voto, é a viga mestra do estado democrático de direito, através do qual os pleiteantes a cargos públicos são glorificados ou rechaçados pelos eleitores. Entretanto, embora seja um direito é um dever cívico obrigatório por mandamento constitucional, passando a ser facultativo apenas em algumas situações específicas, como por exemplo, quando o cidadão completar 70 anos de idade.

Para muitos, quando se torna facultativo exercer esse direito significa não mais exercitá-lo, e estes até o comemoram, como quem se liberta de um pesado fardo. Mero engano, deixar de votar é renunciar a cidadania, e, este é o caminho mais curto para conseguir o desrespeito e o desprezo dos governantes, pois quem não vota não muda eleição e quem não elege não controla o futuro da nação.

Cada categoria profissional ou econômica tem seus meios de demonstrar sua força, seja pela greve, seja por manifestações públicas, mas todas possuem uma em comum, o voto. Na contramão disso, os mais de 15 milhões de aposentados rezam para que logo cheguem aos 70 anos e deixem de votar, pois preferem apenas permanecer reclamando serem vítimas de um sistema que os prejudica, sem nada fazerem, mesmo quando tem nas mãos o instrumento para reagir e a experiência para saber escolher.

Desta forma, como pretendem gritar contra as arbitrariedades que lhe são impostas se quando lhe é dada voz, calam-se?

Autor:
Dr. Fernando Marba Martins
OAB/SP nº 240.811
Membro da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/SP subseção Santos

 

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